Esperamos o fim pra poder concertar. Tudo me avisava de que eu estava errada.
O silêncio berrava em meu ouvido. Eu estava só com minha xícara de chocolate quente na mão e olhos na janela. Eu não podia esconder o vazio que sentia estando ali, com o tédio me consumindo a qualquer custo. Queria puxar a cortina e correr até minha cama pra pôr o travesseiro nos meus ouvidos. Mas como nada é como queremos eu continuei ali, esperando. Porque eu sei o que veria e o sofrimento que isso ia me causar também. Mas, ora!, eu descobri que isso não me importava mais, porque querendo ou não o erro foi meu. Eu o entreguei pra ela. E da janela já tão sorrateira, vi o carro estacionar. Vi eles saindo dele e logo em seguida ela o puxando feliz pelas mãos pra entrada da casa. E quando eu já tinha decidido que aquilo era o suficiente, e estava pra me afastar da janela com lágrimas caindo dos meus olhos, pude perceber uma última coisa. Percebi, o olhar dele na minha direção. E a amargura a que me direcionara.
Raquel Hora